Não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente

Não sei ao certo quando comecei a trilhar essa jornada de autoconhecimento, só sei que é uma jornada sem fim e que o progresso vem quando não paramos, temos constância na investigação das nossas crenças, traumas, padrões de pensamentos e emoções.

Nossa Mente é nosso poder, mas nem sempre estamos expressando nossa potência. Já parou para se perguntar os motivos? O que está nos impedindo de viver nosso potencial? Por que estamos aqui? Por que no lugar de aproveitar o melhor da vida, estamos vivendo na exaustão, doentes,  infelizes e achando que tudo isso é normal?

Essa frase e reflexão profunda de Jiddu Krishnamurti “não é sinal de saúde estar bem adaptado a uma sociedade doente” me tira da zona de conforto e me faz olhar para meu propósito de vida que é ajudar as pessoas a refletirem sobre suas escolhas cotidianas, sobre suas ações intencionais para o cultivo do bem-estar e da felicidade, empoderando-as para a autorresponsabilidade de se construir caminhos possíveis para uma vida mais feliz e sustentável.

E esse caminho nunca é para fora, para a busca da felicidade nas conquistas materiais, na fama, no poder, no acúmulo do dinheiro. Essa roda que gira há séculos nesse paradigma que sustenta o sistema vigente já se mostrou ineficaz para a felicidade humana. O verbo para a Felicidade Sustentável não é buscar. Acredito que passeie pelos verbos: encontrar, relembrar, estar presente para simplesmente SER. Afinal, a potência da mente e da alma não estão fora, mas dentro de cada um de nós e para relembrar é preciso mergulhar nas camadas profundas do SER em suas facetas: mental,  emocional, relacional e espiritual.

Como fazemos isso? Dedicando anos a fio nessa investigação consciente do eu, muitas vezes com o apoio profissional de um bom terapeuta, inclusive experienciando diferentes modalidades de terapias (essa foi minha vivência), passando por processos de autoconhecimentos em cursos e retiros, mas, sobretudo, não desistindo de se despir das ilusões da mente, e isso é um exercício bem desafiador.

O desafio é porque vivemos tão inseridos na Matrix e estamos tão condicionados, dispersos e distraídos olhando para fora, que  o trabalho de transformação pelo autoconhecimento é um trabalho muito dedicado que requer a aplicação de algumas habilidades socioemocionais, bem como happiness skills como atenção plena, autocompaixão, resiliência, perdão, gratidão, entre outras happiness skills. Além de atitudes mindfulness como aceitação, não julgamento, confiança no processo, desapego, mente curiosa para o que emerge e traz mais consciência.

É preciso conhecimento sim, aprender novas ferramentas. Mas, é preciso pausar, silenciar, se retirar. Mas quem consegue fazer isso? Alguns mais despertos, conseguem viver um período sabático para experimentar essa investigação de si, do que faz bem e também dos excessos que não quer mais manter na rotina da vida. Outros não tem esse privilégio e param quando realmente o corpo paralisa por estar muito adoecido, seja uma doença física ou mental.

Precisamos tecer um olhar investigativo para as causas sistêmicas do estresse, do burnout, da ansiedade crônica, das doenças do coração, diabetes, indo além, da infelicidade no trabalho e na vida. Ao encontrar algumas respostas, decidir trilhar numa direção diferente, mesmo que tenha que fazer isso aos poucos, com planejamento, dando um passo de cada vez, com paciência, sabedoria e amor.

Não há respostas fáceis nem caminhos curtos para viver uma vida equilibrada, a tal felicidade sustentável. Há caminhos possíveis, porém eles não são curtos, não há atalhos e ninguém fará isso por você. Só você pode fazer essa caminhada…mas não precisa fazê-la sozinha e sem preparo…atravesse o deserto munido das ferramentas necessárias para essa travessia. Assim, você saberá apreciar o oásis da sua alma e vivenciar esse potencial na sua vida cotidiana. A liberdade está em conhecer as causas do sofrimento e se libertar deles. Quanto mais você pratica a presença do Ser, mais você se transforma. Não tenha pressa, continue caminhando…

Com amor,

Chirles de Oliveira

Mestre em Comunicação

Especialista em Psicologia Positiva (Ciência da Felicidade)

Instrutora de Mindfulness