Dance comigo
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13 de agosto de 2015
Não adianta tentar anestesiar as circunstâncias quando tudo que precisamos é enfrentá-las e, sobretudo, aceitá-las. Isso tem a ver com os sonhos que deixamos esquecidos no tempo, mas que podemos revisitá-los. Com as pessoas que amamos, mas não tiveram cinco minutos para nos olhar. Com os entes queridos que enterramos e, talvez, essencialmente, com as dores e quedas que temos sofrido diante das nossas mais avassaladoras preocupações, ou seja, ser amado de qualquer forma, porque não queremos – quase ninguém quer, mas é preciso e útil -, aprender a dançar com a solidão.
A quem estamos tentando enganar com a frase felizes para sempre? Por favor, não achem que minhas palavras fazem convite ao pessimismo dos relacionamentos, muito menos ao prazo de validade do amor, porque não é isso que realmente quero dizer, mas desejo, de uma vez por todas, compreender – esperam que façam o mesmo -, que a vida é feita de pequenas alegrias que somam a felicidade que todos estamos, a cada dia, desesperados por ter.
Mas se a dor vier, que possamos senti-la, pois tudo que se sente, profundamente, se torna, mais tarde, agente de mudanças, ou seja, evolução de corpo e alma, simplesmente uma felicidade sustentável. Você nunca percebeu isso?
Evoluímos para entender que não podemos começar um relacionamento pensando em seu fim, mas, também, não é nada saudável ficar acreditando que a eternidade é um local para onde os casais já compraram passaporte, porque se assim fizerem, e algo um dia der errado, vocês irão se sentir as pessoas mais culpadas do mundo, simplesmente por não entender que, para o amor, a frase, seja eterno enquanto dure, é a mais coerente das verdades.
Por que não aceitamos isso?
Não quero aqui – não me interpretem com frieza -, dizer que os relacionamentos, a felicidade e o amor não podem dar certo, pois não é isso. Aliás, podem dar tão certo que, por vezes, já cumprem, em meses, semanas ou anos, sua missão entre duas pessoas, ou seja, permitir com que elas cresçam, evoluam, vivam, amem e, por fim, conheçam que o amor não pode sobreviver sem que ambos olhem na mesma direção. Mas por que se sentir desprezado se um dos dois precisou sair do barco se, em algum momento, isso poderia acontecer?
O amor não é previsível!
Por que temos dificuldades em aprender isso?
Espero que a gente olhe mais para o que a vida tem nos apresentado, e tudo que tem nos deixado ver é que ela é feita de momentos. Entenderam? Por isso, devemos aproveitar as experiências pessoais ou acompanhadas, para que saibamos cultivar a confiança nas pessoas, mesmo que um dia tenhamos que trocar o ”felizes para sempre” por ”muito obrigado, mas foi suficiente até aqui”. Isso quer dizer, literalmente, que toda pessoa que cruza nosso caminho exerce influência sobre nossa vida até quando o universo determinar, nos fazendo, assim, com certeza, seres melhores, nem que esse melhor signifique chorar madrugadas para perceber que sua visão foi limpa e, assim, poder enxergar que a vida continua e a felicidade – pelo menos, acho -, nunca chega por meio do correio.
Talvez nos perguntemos por que isso ou aquilo não deu certo ou, simplesmente, não foi como gostaríamos? Mas, ao invés de nos torturarmos, que possamos sentir o aprendizado de cada momento, porque são esses momentos que, ao envelhecermos, nos farão sentir paz. E não é paz que todos estamos querendo até mais do que um colo? Portanto, vamos buscá-la por meio da liberdade que devemos dar as pessoas. Por meio da compreensão de que não há nada que tenhamos vivido que nossa mente não atraiu. Por meio da aceitação de que os beijos, os abraços e toques alheios podem esfriar, mas, ainda assim, nosso amor-próprio não pode congelar, porque dependemos dele para entender o que é a felicidade.
E, por vezes, a felicidade é só aquela voz que diz no fim do dia: amanhã você pode amar de novo, sonhar mais um sonho, andar mais alguns metros, respirar mais fundo e, por fim, se dar conta de que recomeçar é a melhor forma de ser feliz para sempre.
Vamos começar a ser feliz para sempre?