Horta em casa, sim você pode!
29 de julho de 2015Dance comigo
5 de agosto de 2015banco de imagem by Pixabay |
Você pode não insistir para sempre, mesmo quando ama demais. Já pensou assim? Sim, por vezes – incontáveis vezes -, passamos por isso, simplesmente porque todos estamos sujeitos a amar quem pode, ou não, nos corresponder. E ai, certamente, iremos nos questionar se vale a pena lutar por essa pessoa. E eu, em toda minha singela sabedoria de aprendiz, lhe digo que você, mesmo querendo muito alguém, deve deixá-lo ir, pois não detemos a guarda do coração das pessoas.
Será que aceitamos isso como realidade da vida?
A liberdade é algo que pode ferir muito quando um coração deseja companhia, mas, em contrapartida, pode amadurecer uma alma carente demais. Sendo assim, que possamos deixar o outro ir à hora em que achar mais conveniente, ainda que isso lhe deixe em pedaços. Sei que esse pensamento parece covarde, desumano, frio ou, talvez, arrogante, mas não são os pedaços, uma vez reunidos, que fazem uma pessoa mais forte? Sim, porque para se colar de novo é preciso, muito antes, respeitar o tempo dos cacos ficarem no chão, ou seja, o tempo de entender que ninguém é de ninguém.
O tempo de entender que podemos dar flores, mas têm pessoas com mãos amputadas que não saberão recebê-las. Tempo para aceitar que cada um – mesmo aqueles que nos fizeram promessas eternas -, podem sair de nossa vida a hora em que quiserem, simples e puramente porque até nós, algum dia, sairemos daqui, da vida. Tempo para compreender que cada coração sabe das suas necessidades e que ouvi-lo é a melhor forma de crescer, ainda que escutá-lo traga novos tombos. Mas existiriam heróis se antes não fossem seres humanos que caíram muito, porém se recusaram a ficar no chão?
Todos os dias é preciso refletir sobre quem somos e, essencialmente, sobre quem gostaríamos de ter ao lado. Por isso, – pela ideia de ter relacionamentos saudáveis -, é necessário dar liberdade as pessoas, porque se as pressionarmos, seja para ter uma amizade, um romance, uma parceria profissional ou, meramente, uma companhia para um suco, corremos o risco de afastá-las de nós, e vice e versa.
Quem nunca passou por isso? Quem nunca pediu demais a presença de alguém quando deveria ter calado? Precisamos aprender a deixar a porta mais aberta, até mesmo para aqueles que mais amamos, porque se realmente fazem questão de nós, não sairão de perto, nem mesmo se as portas, janelas e paredes ruírem.
Você aceita essa experiência de abrir portas sem medo e sem culpa?
Um dos maiores desafios – talvez, contemporâneos -, é o nosso desespero de ter o outro de qualquer forma. Mas quem de nós gosta de se sentir acorrentado? Obrigado? Pressionado? Responsabilizado? É hora de aprender que as pessoas quando querem ir, irão. Quando querem ficar, ficarão. Parece óbvio tais pensamentos, mas, às vezes, o óbvio, é tudo que o universo deseja que aprendamos. Será que estamos dispostos?
Não diga para as pessoas que elas nunca querem te ver ou que nunca tem tempo para você, pois em muitos momentos essa pessoa não tem tempo nem para si mesma. E, de repente, poderemos perdê-la com tanta pressão. Como já dizia Chico Xavier: a saudade é um sentimento que fere nos dois mundos. No entanto, ainda assim, não podemos sufocar quem gostamos, porque seres humanos agem como borboletas: se nos desesperarmos por segurar uma em nossas mãos ansiosas, não a teremos. Mas, se formos pacientes, ela poderá pousar em nosso jardim do equilíbrio, da compreensão, da liberdade. Você tem esse jardim? Vamos para de correr atrás das borboletas?
É imprescindível, para o bem estar dos relacionamentos, que saibamos, aceitemos e queiramos dar liberdade aos outros, seja para as pessoas se desconectarem sem se sentirem pressionadas quanto ao prazo em que devem voltar, afinal, cada um sabe das suas necessidades, principalmente, daqueles momentos em que necessitam de mais silêncio do que palavras.
Você tem esse jardim? Vamos parar de correr atrás das borboletas?