O inferno não são os outros
28 de maio de 2019O que seus relacionamentos te ensinaram?
10 de junho de 2019Acredito que muitos já ouviram falar e outros já assistiram à apresentação de Brené Brown, pesquisadora da vulnerabilidade, coragem, autenticidade e vergonha. Bem, depois de 20 anos como pesquisadora, ela se expôs com sua vulnerabilidade no TEDxHouston que bombou e já foi visualizado mais de 41.084.534 vezes. Ela virou uma palestrante referência no tema e hoje podemos assisti-la, inclusive no Netflix, com a palestra O chamado para a Coragem. Não assistiu? Pára tudo agora ou guarda um tempo na agenda para você assistir, é imperdível!
Eu fiz uma live sobre o tema com a Spiritual Coach Jana Haens e foi incrível, mas momentos antes, na preparação para a LIVE, fui assistir novamente a palestra e fiquei encantada como consegui ter alguns insights sobre o tema que não tinha compreendido anteriormente.
O medo da exposição e das críticas
Nós temos muito medo da exposição, medo de não agradar, medo de ser criticado, medo do julgamento, medo de viver o que realmente escolhemos viver. E isso também aconteceu comigo em vários momentos, mas vou relatar dois deles.
Quando comecei o blog Felicidade Sustentável em 2015, decidi escrever sobre assuntos que eu gostava e acreditava poder ajudar outras pessoas. Afinal, depois de uma grande virada de chave com relação a saúde e ao estilo de vida que eu tinha escolhido viver, depois de ter me curado do câncer em 2011, eu queria compartilhar tudo aquilo. Chamei amigos para serem colunistas e começamos o projeto. E claro, logo de cara recebi algumas críticas e julgamento do tipo: “não gosto desse tipo de leitura”, “não acredito nesse conteúdo”, “ah, isso é autoajuda, portanto, não tem valor”.
Na época, não conhecia a Brené Brown, poxa vida, que pena rsrsrsrs teria reagido de outra forma desde o começo. Mas tudo tem um aprendizado, não é verdade? Talvez eu ainda não tivesse tanta certeza sobre o meu chamado. Hoje eu tenho. Talvez eu ainda não tivesse assumido 100 % do meu protagonismo. Aquelas críticas não me pararam, mas por algum tempo eu senti um bloqueio, não tinha mais vontade de escrever, de compartilhar. E fiquei alguns meses procrastinando…Nesse período, o colunista @JaredAmarante sustentou os textos do blog e eu sou imensamente grata por ele, pois me ajudou a não desistir do projeto.
Quem não se importa com as críticas alheias? Segundo Brené Brown, nosso sistema foi moldado para se importar. Mas, o que importa é que podemos ESCOLHER quem ouvir. Podemos ouvir críticas, podemos errar, podemos falhar, mas podemos escolher ouvir as críticas de algumas pessoas, das pessoas que verdadeiramente nos amam e querem o nosso bem e, simplesmente, descartar as demais…nem se importar com os “haters” ou algo do tipo.
“Vulnerabilidade não é nem ganhar, nem perder. É ter coragem de se expor” – Brené Brown.
Você está disposto a estar na arena, se expor e ser arriscar?
Bem, esse foi o primeiro passo dado, continuar a escrever. Mas, tinha outro “impedimento” vindo da vergonha de se expor gravando vídeos seja para o YouTube e depois para LIVE. Ah, esse medo do julgamento, batendo na minha porta mais uma vez. Essa vergonha da exposição às críticas. Fui fazendo aos poucos, mesmo com certo desconforto, mas imbuída do desejo de entrevistar pessoas que eu sabia que contribuiria no processo de autoconhecimento das pessoas.
Entrevistei primeiramente a Monja Coen, depois o Professor de Yoga Marcos Rojo, Robert Wong, Juliana Schneider, entre outros. Só pessoas incríveis que aceitavam de prontidão me ajudar no projeto Felicidade Sustentável. Mas, e a coragem de gravar vídeos sozinha e de fazer LIVES no Instagram, durante 1 hora? Frio na barriga total.
Mas participando de um evento chamado Desperte Seu Poder, promovido pelo IBC, eu compreendi que eu era livre, que eu tinha potencial para estar na arena, e aceitei contribuir com minhas habilidades, dons e talentos da comunicação para o meu propósito de divulgar temas relacionados a Ciência da Felicidade, autoconhecimento, meditação, carreira, propósito de vida, entre outros temas, com o objetivo de ajudar as pessoas a se livrarem do sofrimento e assumirem também seu protagonismo. E comecei a fazer as Lives quinzenais no Instagram, sempre com convidados muito especiais. E como eu me sinto após cada exposição? Feliz por estar ajudando, feliz por estar agindo, feliz por sair da zona de conforto, feliz por cumprir o meu propósito.
Ficar paralisado, alienado, procrastinando por medo de se expor é não aceitar o nosso próprio poder e potencialidade, e isso não colabora para nossa evolução. Felicidade tem a ver com ação, atitude, escolha, compromisso. Portanto, não dê tanta importância a opinião alheia, ao menos das pessoas que você escolhe ouvir, das pessoas que te amam e te aceitam com suas imperfeições, afinal, todos nós temos nossas perebas…
Adorei quando a autora e palestrante afirma que todas as manhãs faz a seguinte afirmação: “Hoje, eu escolho a coragem e não a zona de conforto”.
Baseada em que ela desenvolveu tamanha coragem e entendeu que esta virtude era irmã siamesa da vulnerabilidade? Apesar de ter pesquisado anos sobre o tema, foi depois de ter sofrido após o seu TEDx e ter se conectado com o discurso do Theodore Roosevelt, de 1910, que ela compreendeu a vulnerabilidade em sua essência.
Vamos a parte do texto que ela declama em sua palestra:
“Não é o crítico que importa, nem aquele que aponta quando o outro tropeça, nem aquele que diz que o outro devia ter agido diferente. O mérito é do homem na ARENA. Aquele com rosto de sujeira, suor e sangue, que se empenha, que erra, que fracassa 1, 2, 3, 4 vezes. Aquele que no final, embora conheça o triunfo da vitória, pode até fracassar, mas se arriscando a ser imperfeito” – Theodore Roosevelt
Isso é lindo demais. Podemos errar, podemos fracassar, o importante é assumir a ARENA, o PROTAGONISMO DA VIDA. VOCÊ está disposto a entrar na arena, a se expor e se arriscar?
E se te criticarem, que tal sair com essa “Se você não está na arena, fracassando vez ou outra, porque não se arrisca a ser corajoso, então, não quero saber o que pensa do meu trabalho” – Brené Brown.
A vulnerabilidade pode estar no centro de sentimentos como constrangimento, medo, carência, vergonha, mas ela também é a base, o princípio do amor, do pertencimento, da empatia, da compaixão e da alegria.
Está com medo? Ame mais!
Um dia ouvi do fundador da Schumacher College, Satish Kumar, saia do paradigma do medo e viva o paradigma do amor: viva o amor, sinta o amor, reverbere o amor que essa vibração poderosa atrairá a abundância, uma relação amorosa, uma vida com significado.
Vamos mudar nossa chave? Vamos vibrar na coragem e no amor? O mundo precisa de mentes e corações aquecidos por essas emoções. O mundo precisa de você!
Mais amor por favor, mais coragem e vulnerabilidade nesses tempos de tanta opressão e medo.
2 Comments
Só podemos crescer quando nos deparamos com esta vulnerabilidade ! Assim é o movimento da criança , que se arrisca na arena minuto a minuto podendo se descobrir com coragem , com persistência , com força em levantar depois que cai . Bora retomar esta força e se conectar com esta coragem ! Lindo texto Chirles e que maravilhoso desfrutarmos da sua coragem !
Oi Paulinha, vindo de você é um presente! Gratidão por fazer parte, por me encorajar, por se permitir também nas suas contribuições e lives, pois é uma exposição. Enfim, por ser corajosa tanto quanto ! Beijos no coração