Mulher maravilha volta ao lar
11 de novembro de 2015Dá tempo de amar?
20 de novembro de 2015
Faz tempo que abrimos os olhos e já sabíamos que um dia os fecharíamos novamente. Mas, até lá, muitas coisas aconteceriam, e talvez a mais instigante delas, dolorosa para muitos, seja ver nosso corpo perder a força, o rosto emagrecer e murchar como quem se modula para caber no caixão.
Essas não são ideias melodramáticas, e sim verdades inescapáveis. Estamos indo embora um pouco mais a cada dia, ou alguém se atreve a dizer que é o contrário? E como seria, então, se não envelhecêssemos?
Para se achar a resposta, antes, é necessário encontrar o significado do que é ser velho, porque há pessoas novas de alma envelhecida, pois desistem no primeiro obstáculo. E há pessoas velhas de alma jovem, porque se recusam a acreditar que são inúteis para a sociedade e para o próprio espelho.
Desta forma, pode-se pensar que se não envelhecêssemos, não teríamos tanta sabedoria e experiências, atributos esses que fazem a vida ter mais sentido e as dores emocionais serem melhor remediadas. Afinal, quando se é jovem parece que na primeira desilusão amorosa o coração não aguenta mais bater com esperança pela vida.
Pensando assim, se não fôssemos envelhecer, perderíamos a beleza de ter uma alma mais preocupada com as pessoas ao invés das coisas.
Se não envelhecêssemos, não teríamos tantas histórias para contar, pois há uma grande diferença entre viver e construir um legado.
Se não envelhecêssemos, talvez não entenderíamos o propósito contido em cada ciclo da vida, isto é, evoluir fisicamente, mentalmente, financeiramente e intelectualmente, e por que não dizer socialmente?
Se não envelhecêssemos, de repente, seríamos privados da descoberta mais bonita da existência: saber quem realmente nos ama.
Portanto, não podemos ver as rugas como um atestado de incompetência, porque elas, tal como a morte, são nossas maiores certezas.
No entanto, podemos conviver bem com a ideia de envelheceremos, sem achar que isso é o fim, porque, às vezes, de tão cansado que estamos da vida, começamos a envelhecer por dentro, e essa é a pior velhice; aquela à qual você já não acredita mais na vida, nos outros, em si.
Então, se não envelhecêssemos, talvez receberíamos honra ao mérito por ter existido, e não vivido.
E, sabe, poucas coisas são tão tristes.
Essa canção Paciência, do Lenine combina muito bem com essa reflexão!
E, sabe, poucas coisas são tão tristes.
Essa canção Paciência, do Lenine combina muito bem com essa reflexão!