Porque eu te amo
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5 de outubro de 2015
Olá leitores, este mês gostaria de convidar a todos para a reflexão de um tema que é mais que atual, é parte do nosso cotidiano, a crise. A maioria dos eventos sociais, programas de televisão, mídias impressas e on line este assunto é recorrente e está na pauta de muitos profissionais e eu gostaria de abordá-lo sob o ponto de vista, vou arriscar dizer, filosófico.
Porque será que este assunto causa tanto desconforto, preocupação e tem tirado o sono de muitas pessoas? Tenho me deparado com muitos indivíduos em estado de sofrimento elevado com medo das consequências do que a crise pode causar.
Em situação de estabilidade e conforto a motivação primária é usufruir de algo que “parece” estar garantido, já em uma situação de crise nos deparamos em primeiro lugar com uma sensação de temor por vivenciar a ameaça de perda daquilo que parecia estar garantido, favorecendo sentimentos de medo, insegurança e instabilidade.
O ponto mais crítico de uma situação como esta é o individuo considerar que aquilo que está em xeque é a única possibilidade que ele tem na vida de ser o que é, de conquistar o que sonha ou almeja, causando um sofrimento imenso ao pensar na não garantia deste status.
Em partes, é legitimo tal sofrimento, pois ao estar em uma situação ameaçadora ficamos tão presos no temor de perder, de se desintegrar que não consideramos espaços para descobrir potencialidades, para entrar em contato com o que gostaríamos de fazer ou não, com o que é possível construir e etc.
A estabilidade nos insere em uma rotina que é comum nos tornarmos dependentes da garantia. Qualquer instabilidade a esta situação nos frustra obrigando a nos colocar em movimentos para nos reinventarmos, nos redefinirmos, nos auto regularmos.
Tenho escutado muitas histórias nas quais pessoas após perderem, por exemplo, o emprego colocaram em prática, planos antes adormecidos ou que descobriram novos talentos se deparando assim com novos desejos, novos projetos, novas experiências e nova identidade.
A crise a partir de um ponto de vista social coloca em xeque nossa identidade tão carregada de ambivalências através de uma compreensão de que a vida é um chegar a algum lugar, contudo a vida é um processo que inclui chegar a algum lugar, mas não é só isso, pois existem mudanças de rota, vitórias, perdas, transformações que a todo o momento vão colaborando para sermos o que ainda não sabemos.
As crises nos possibilitam descobrir novos formatos de viver, novos formatos de nos reorganizarmos , de redefinir significados, propósitos de vida entendendo a trajetória também como dinâmica, proporcionando sairmos da polaridade de palavras como para sempre e nunca mais podendo desta forma integrar situações de estabilidades e instabilidades, construindo um sentido de vida mais orientado em experiências e não somente em acontecimentos.
Um abraço a todos!
*Banco de imagem Pixabay