Você quer um grande amor?
30 de outubro de 2015Mulher maravilha volta ao lar
11 de novembro de 2015
Na Grécia Antiga, devido ao culto que se fazia a beleza, as pessoas deficientes ou não tão belas, eram exterminadas. Será que não estamos, hoje, nesta Grécia? A diferença é que somos exterminadores de nós mesmos, ou seja, preocupados em ser bonitos como as revistas pedem ou como a sociedade exige, perdendo, assim, nossa capacidade de amor-próprio.
Somos bombardeados, dia após dia, com a ideia de que nosso corpo não é tão bonito e nem está compatível com os modelos do mercado, assim como nos falam que devemos ter um rosto mais atraente, isto é, nossas “limitações” são vistas como fator inadequado ao critério de beleza, o que apenas reforça a ideia de que não somos bons o bastante para nos amarmos exatamente como somos e estamos.
Essas propagandas e ofertas são, em grande parte, fomentadas pelo capitalismo selvagem, que está sempre atento as nossas insatisfações, sapateando em cima delas para nos fazer perder a originalidade de nosso corpo ou, muitas vezes, de nossa alma. Basta observarmos que há produtos destinados a “consertar” cada parte de nosso corpo.
Até que ponto vale a pena o excesso de vaidade que pode gerar um excesso de desgosto? Não pelo que somos, mas pelo que dizem que não somos: belos naturalmente. A maior beleza é aquela que não precisa ser retocada e costurada.
Você tem essa beleza?
Mas, claro, não achem que estou colocando a vaidade no banco dos réus, e sim a forma como nos ajoelhamos diante dela. Isso pode ser um desperdício de potencial, porque tantas vitrines, tantas frases de efeitos, tantas imagens ilusórias, tanto consumismo, apenas alimenta necessidades que temos ou que foram criadas diante dos padrões que estabeleceram para nós, o que nos faz “perder” a capacidade para avaliar nossos sentimentos, gerando uma não aceitação, que compromete nosso bem-estar.
O quanto seu bem-estar está prejudicado pelo medo que você tem do espelho?
Então, agora, por favor, não tenham obsessão pelo corpo perfeito, mas não deixem de se cuidar ou fazer exercícios. Não deixem de comprar uma roupa nova, mas não se sintam inferiores sem esse objeto. Não desperdicem a oportunidade de se amarem sem maquiagem, porque vocês devem ter algo a mais para mostrar, ou não? Preocupem-se em se aceitar ao invés de buscar aceitações dos outros, lembrando sempre do que diz Honorá de Balzac:“Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa para exibir.”
*Banco de imagem Pixabay