Por que é tão difícil cuidar de mim?
24 de setembro de 2019Você deixa a opinião dos outros influenciar nas suas decisões?
1 de novembro de 2019Reclamar é o ato ou efeito de opor-se por meio de argumentos, é um protesto, mas será que usamos somente com argumentos ou com o passar do tempo, ele tem se tornado um gatilho que só traz coisas ruins à nossa vida? Então, meu convite nesse texto é para você não cair na reclamação e cultivar mais emoções positivas.
Na maioria dos casos, a reclamação está presente diariamente, ela é usada como uma maneira de nos conectarmos com outras pessoas, por exemplo: “Nossa, está muito frio hoje!” ou “Esse mundo está acabando mesmo, né? Você viu o que aconteceu ontem?!”.
Nos exemplos acima, há realmente um acontecimento real, mas que para poder ter uma conexão com o outro, reclamamos para assim puxar uma conversa, um assunto. O que acontece nesses casos é que é uma conexão vazia já que não agrega, não há vulnerabilidade.
Parar de reclamar requer vulnerabilidade, pois para criar conexões verdadeira com as pessoas, você precisa ser você mesma, falar como se sente e o que aquele acontecimento te traz.
Muitas vezes, a pessoa que reclama, sem perceber, se coloca como superior diante da situação, pois o seu modo de ver a vida é o certo e ele não faria daquela maneira.
Quando reclamamos há uma necessidade não atendida a ser suprida, nos exemplos que usei, seria de conexão, mas vamos supor que você reclame da falta de afeto do seu parceiro, provavelmente, a necessidade não atendida é de atenção e amor.
O ato de reclamar nos faz ver as coisas pelo lado negativo e nos impede de agirmos, pois nos colocamos fora do problema.
Quando o ideal seria invés de reclamar nos perguntar: O que eu posso fazer com essa situação? Como eu posso mudá-la?
E principalmente: Porque estou incomodada, eu preciso realmente mudá-la?
Reclamar pode ser necessidade de controle.
Você tenta controlar tudo o que está ao seu redor e se sua expectativa não é alcançada, você surta e reclama?
Essa necessidade de controle que temos é fruto do nosso ego que quer nos proteger de qualquer decepção que venhamos a ter e para isso e externalizamos por meio da reclamação.
“Nossa, se fosse eu não teria feito assim”, “Ah não é assim que faz deixa comigo!”
Agimos como se somente nossa visão de mundo fosse a certa, por isso, que disse acima que a reclamação que nos gera um falsa impressão de superioridade.
Precisamos aprender a sermos mais observadores do que controladores.
Hábitos ou vícios emocionais?
Essa semana escrevi um texto no Desperta, Mulher sobre vícios emocionais e um dos vícios mais populares é a reclamação, mas agora escrevendo esse texto, me veio a dúvida:
A reclamação é um hábito ou um vício emocional?
O psicólogo Jadir Lessa descreve que:
“O hábito é um condicionamento, a pessoa pode ou não fazê-lo. O vício não é fácil de deixar de fazer, passa a ser uma necessidade”,
Ou seja, o ato de reclamar pode ser um ou outro, mas arrisco dizer que na sua maior parte já virou um vício emocional.
Explicando rapidamente, nosso corpo gera moléculas de emoção (um ou mais compostos químicos diferentes) para cada emoção que temos, quando temos um vício emocional, nosso corpo está viciado naquelas moléculas de emoção, por isso, repete um tipo de comportamento toda vez para ter novamente aquele vício suprido.
Por exemplo, pode ser que a reclamação é o comportamento que desencadeia o estresse em você e quando você fica estressado os níveis de cortisol do seu corpo aumentam, daí o vício em reclamar.
Claro que cada caso é um caso, mas isso já demonstra como funciona quando temos algum vício emocional e porque nosso corpo sente certas necessidades.
Tony Robbins no seu livro Desperte o seu gigante (pág. 136) fala também do quanto um comportamento gera repetição do mesmo:
“Quando fazemos alguma coisa pela primeira vez, criamos uma conexão física, um tênue fio neural. Cada vez que repetimos o comportamento, a conexão é reforçada. Acrescentamos outro fio à conexão neural. Com repetições suficientes e intensidade emocional podemos acrescentar muitos fios, aumentando a força tênsil desse padrão emocional ou de comportamento, até termos uma “linha tronco” para esse comportamento ou sentimento. É quando nos sentimos compelidos a experimentar esses sentimentos ou comportamentos dessa maneira automaticamente. O que nos levará a um comportamento automático e consistente.”
Mas por que parar de reclamar? Se você ainda não está convencido de que deve repensar essa questão em você, vamos lá…
Segundo estudos da Universidade de Stanford reclamar pode afetar o nosso cérebro, diminuindo o hipocampo, ou seja, o lugar do cérebro que trabalha com os aprendizados, as emoções e os ensinamentos.
A reclamação pode também aumentar seus níveis de cortisol, o hormônio do estresse.
Além disso, reclamar faz você ver o mundo somente por um ângulo, reforça a crença de que nada vai dar certo.
Reclamação chama reclamação
Já ouviu falar na frase: Onde você foca expande? Então é exatamente isso que acontece, tanto que conviver com pessoas que reclamam demais podem te ajuda a continuar nesse hábito tão ruim para si mesmo.
Vivemos diariamente ganhando gatilhos negativos sobre tudo, principalmente nos meios de comunicação tradicionais, onde o jornal só mostra desgraça reforçando crenças negativas sobre o mundo e as pessoas.
E ai você sem perceber entre nesse looping de pensamentos negativos.
Mas como parar de reclamar?
- Repare no que a reclamação traz para você e o que ela significa.
Não adianta eu vir aqui te falar que a reclamação é ruim, que te traz coisas negativas, estresses se você mesma não vê no seu dia-a-dia.
O que a reclamação te traz de bom e de ruim? Faça um diário até ter informações suficientes para que você possa entender melhor do porquê você tem esse hábito ou esse vício emocional.
O que ela significa?
O que isso significa?
Você reparou que toda vez que reclama é para gerar algum tipo de conexão com outra pessoa? Como você poderia gerar essa mesma conexão sem ser por meio da reclamação?
Que tal participar de eventos com pessoas diferentes para você conhecer? Ou apenas um “Bom dia, como você está?”
- Pratique a autorresponsabilidade
A autorresponsabilidade é como você se comporta diante dos problemas, é parar de culpar outras pessoas. Quando tomei consciência a respeito disso, percebi o quanto a reclamação estava presente na minha vida por meio de apontamento de culpados, ou seja, não estava sendo nada autorresponsável.
A autorresponsabilidade te faz questionar e te leva para AÇÃO, antes de reclamar questione:
– Eu estarei agregando algo se falar isso?
Fale palavras que edifiquem, se a sua reclamação é vazia e não vai agregar em nada, guarde para você.
– O que eu posso fazer para melhorar ou mudar essa realidade na qual estou incomodado?
Caso você tenha alguma ação para fazer que vai mudar o que te incomodou, faça, senão só observe e siga sua vida.
- Use um elástico no pulso
Esse é um exercício que aprendi num curso do Gabriel Goffi.
Coloque um elástico no pulso e toda vez que você se ver colocando a culpa em outra pessoa, você puxa o elástico para que seu cérebro sinta o gatilho e comece a ver aquele comportamento como errado.
Então você pode usar esse exercício para suas reclamações, toda vez que reclamar puxa o elástico.
Isso me ajudou a perceber a quantidade de vezes que eu caia nessa cilada e como eu precisava urgente parar com aquilo.
- Estar presente
Essa dica é aquela coringa, sabe?
Pois quando estamos presentes, conseguimos perceber antes de fazer tal coisa, temos mais consciência das nossas ações.
Por isso, se você quer diminuir as reclamações, se proponha a estar presente e reparar em tudo o que quer falar, em como seu corpo reage e quais necessidades você está querendo suprir.
- Agradeça
Invés de só querer parar de reclamar, que tal fazer o inverso? E começar a olhar mais as coisas boas que acontecem com você?
Muitas vezes, esquecemos de olhar nossas conquistas, pois nos cobramos muito, mas se proponha a agradecer 3 coisas ou pessoas que foram importantes naquele dia para você.
Acredito que esses exercícios que propus acima, já vão ser uma porta de entrada para você ter mais consciência de como você está atualmente e o que precisa fazer para melhorar.
E atenção! Reclamar não quer dizer tomar uma posição de passividade, muito pelo contrário, quando você reclama, você está totalmente passivo àquela situação, pois você não se coloca como protagonista daquela situação, não se coloca como alguém que é importante para o processo.
Bem, espero ter ajudado e que sua vida flua e floresça. Até a próxima vez!
Gostou desse texto? Leia também meu outro texto Pela busca da felicidade sustentável