Natureza Viva, Vida em Movimento: Eu Viva!
4 de maio de 2016Cafés, pelando, mais café
12 de maio de 2016Dizem que nascemos com um buraco no peito e buscaremos preenchê-lo de alguma forma e com algumas coisas: seja um amor, um presente caro, uma droga, umas desculpas, alguns medos, algumas pessoas, dinheiro ou, até mesmo, com a triste ideia de que não somos bons o suficiente como o espelho mostra.
Será que não estamos nos preenchendo de vitimismo? Porque é sempre mais fácil desistir do sonho do que lutar por ele. É sempre mais fácil discutir com o seu grande amor, abrir a porta e ir procurar outro amor na próxima esquina. É mais fácil ganhar pouco, se matar de trabalhar, a ter que se desdobrar em mil para viver um sonho que, futuramente, lhe trará felicidade ao acordar e dormir. É mais fácil se contentar do que transformar.
Vemos na história exemplos geniais de pessoas que não tinham o que comer e depois desfrutavam de banquetes. Mas essa é a história destas pessoas, que pode ser um exemplo incentivador, porém a sua vida tem outras circunstâncias que só você pode mudar. No entanto, qual é o tamanho da sua disposição para isso?
Por que você se deixa perder diante do melhor que pode ser? Já se perguntou isso? A verdade, nem sempre será fácil de ser encarada, mas é necessário perceber que estamos, dia a dia, lutando contra a sutil e maquiavélica publicidade que nos mostra, incansavelmente, que nossos olhos estão feios e caídos, que nossas bocas precisam de um preenchimento, que nossas medidas não são as das princesas, que nós não somos bons o suficiente para essa sociedade.
Mas até quando aceitaremos que digam isso? Calma, não confundam vaidade com a insana busca proposta pelos comerciais. Sim, mais calma ainda, porque você precisa se preocupar com o tanto que sua alma tem sido afetada com esse bombardeio de informações. Use isso, passe aquilo, emagreça em duas semanas, se vista assim… Ah, que pena estarmos mais preocupados com o exterior.
Será que este é o drama que somos? O drama de sermos incompletos? Mas o que é realmente preciso ter para sentir-se completo? Para esse mundo capitalista, nada. Porque a ideia é: quanto mais se tem, mais você precisa. No entanto, que sejamos mais acumuladores de tesouros impagáveis como: o abraço na hora do choro, a atenção na hora do desespero, o consolo no momento do grito, o amor na hora da fé enfraquecida. Ao invés de sermos acumuladores de tudo aquilo que a alma não pode sentir.
Por favor, sejam diferentes e vistam-se para brilhar como são, ou seja, não se tornem artificiais e moldados pelo sistema, porque o mundo já está cheio de pessoas assim e, sinceramente, ficou tudo tão chato que concordo plenamente com Renato Russo: o mundo está ao contrário e ninguém reparou.