Hoje eu só quero que o dia termine em Carpe Diem
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29 de maio de 2015
Foto: Luciana Murakami
Segundo dados da prefeitura, todos os dias na cidade de São Paulo são gerados 20 mil toneladas de lixo, sendo que deste total 12 mil toneladas são de lixo domiciliar. Acredito que cada um de nós é responsável pelo seu próprio lixo e não adianta achar que nossos governantes conseguirão resolver todos os problemas que nós diariamente ajudamos a criar.
Há algumas décadas já se fala em reciclagem e muitas pessoas separam o lixo orgânico dos materiais que poderão ser transformados e reutilizados. Mas, infelizmente, a cidade recicla apenas 2% deste percentual e apesar de existir um plano municipal para ampliar este valor para 10% isso só acontecerá em 2016. Enquanto isso, toneladas diárias de lixo continuarão sendo jogadas nos poucos aterros sanitários disponíveis.
Então o que fazer? Além de reciclar, evitar o desperdício é algo que pode ser trabalhado em nosso dia a dia. Precisa imprimir? Use os dois lados da folha. Vai ao mercado, leve uma sacola retornável. Compre produtos que possuem menos embalagem, e se não tem como evitar a embalagem, recicle. Que tal adotar uma caneca no trabalho? Você sabia que irá economizar pelo menos 3 copos diários, e que ao fim do mês serão menos 60 copos descartáveis indo para o aterro?
E o que fazer com o lixo orgânico? Este possui uma solução que nossos ancestrais sempre sábios usavam muito no campo: a compostagem.
“Compostagem| s.f. Processo biológico que consiste em deixar fermentar os resíduos agrícolas e urbanos (gorduras domésticas), misturados ou não em terra vegetal” (Priberam Dicionario)
Os aterros sanitários utilizam este sistema de compostagem, em grande escala, mas é possível fazer o mesmo processo em casa, apartamento, condomínio, escolas e empresas.
No ano passado, a prefeitura em parceria com a Ong Morada da Floresta lançou um programa piloto que distribuiu 2.000 composteiras domésticas para cidadãos e eu consegui a minha.
As composteiras domésticas consistem em 3 caixas plásticas retangulares empilhadas, nas quais se coloca um pouco de terra com minhocas e, diariamente, o resíduo orgânico que iria para o lixo (cascas de frutas, vegetais, etc) é depositado dentro e coberto com um pouco de serragem ou folhas secas. As minhocas pré-existentes na camada de terra irão se ocupar da decomposição destes resíduos.
Composteira GG completa após 30 dias
Foto: Luciana Murakami
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O processo para completar 1 caixa dura cerca de um mês e são necessários mais 30 dias de descanso. Neste período, a segunda caixa começa ser preenchida e ao final de 60 dias, ao invés de gerar 20 kg de lixo, você gerou 20 kg de húmus, um adubo super potente para utilizar nas suas plantas e quem sabe na sua nova horta sem agrotóxicos.
Resultado da compostagem: Adubo para a horta (e minhocas felizes e alimentadas…)
Foto: Luciana Murakami
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Todo o processo é bem simples, não gera cheiro e os resíduos são processados no mesmo local em que foram gerados e isso significa o cidadão se responsabilizando por aquilo que produz.
Os números do programa ainda não foram oficialmente divulgados, mas já se sabe que a participação trouxe um aumento de consumo de frutas, legumes e verduras, além de incentivar a adoção de hortas domésticas e maior contato com a natureza.
Minhocas felizes, famílias saudáveis, mais verde na cidade, menos lixo no mundo… Não é uma boa receita de felicidade?
Ficou interessado em começar a compostar? No grupo Composta São Paulo no facebook é possível conseguir informações de como fazer sua composteira em casa. Você também pode pesquisar no site da Morada da Floresta a composteira mais adequada ao tamanho da sua família.