De repente, saudade
9 de julho de 2015Viagens, encontros e conexão com a natureza
15 de julho de 2015Banco de imagem Pixabay |
Às vezes, queremos desistir de muitas coisas, não é mesmo? Às vezes, não estamos em paz com nossa própria companhia. Você já se sentiu assim? Ah, e os sonhos? Às vezes, não alcançam mais os caminhos que um dia desejamos, não é? Porém, talvez, o mais triste seja ver que estamos, quase sempre, cansados de nos relacionar com as pessoas e com a imagem no espelho.
Por que as pessoas nos magoam? Quantas vezes nos perguntamos isso? Não há uma receita para fazer os relacionamentos darem certo, mas há como o fazer serem saudáveis. Você já pensou sobre isso? Já se dispôs a tamanha batalha?
Há momentos em que pensamos por horas, lembrando-se das pessoas que amamos, daquelas que não amamos, daquelas que dividiram a cama conosco num dos fast-foods da vida, daquelas que até hoje querem estar com a gente, mas não sentimos mais nada, daquelas que o tempo levou quando nós mais precisávamos e, sobretudo, daquelas que foram embora quando nós fazíamos planos. Quem nunca viveu experiências assim e teve que se levantar? Tantas perguntas, sempre inquietantes, geram, certamente, mais dúvidas existenciais. Por isso, tenha calma… Calma consigo mesmo! Acho que é disso que está precisando…
Por que será que as pessoas vão embora? Quantas noites já não choramos pensando isso? Mas quantas vezes, em plena madrugada, nos dispusemos a sentar e pensar sobre a lei da vida, melhor, sobre uma delas, que é a compreensão, ainda que pareça óbvia, de que não queremos perder, mas a vida é feita de idas, vindas, renovações, perdas, renovações, perdas, renovação… Ou estamos imunes a experimentar tais sensações?
É claro – sem hipocrisia -, que não é fácil aceitar as perdas como uma das inevitáveis leis da vida, mas, sem dúvidas, é uma das leis que permiti a evolução. Será que não é disso que estamos precisando? Desconfia-se de que mais do que evoluir – até para isso acontecer -, é preciso, muito antes, aprender a perdoar. Será que não estamos, dia após dia, sendo asfixiados pelas mágoas? Mesmo que o coração seja relutante em perdoar quem um dia o machucou ou foi embora, é preciso perdoar como se o amanhã não chegasse, até mesmo porque, quase sempre, precisamos perdoar a nós também. Você já sentiu ou sente essa necessidade?
Perdoar a nós mesmos por sermos falhos é, simplesmente, aceitar que não dá para ser vitima em todas as ocasiões. Poucas coisas destroem tantos potenciais! Já pensou sobre isso? Não quero aqui, jamais, dizer que perdoar é ter uma súbita amnésia, porque perdoar não é esquecer, e sim se libertar. É compreender que se pudesse, apenas por um minuto, apagar o que aconteceu, certamente, não conseguiria lidar com os fatos que lhe magoaram, logo não seria um agente de mudanças, pois perderia também a oportunidade de mudar. Não se foge da dor, mas usa-a para ser mais forte! Não se é possível ter o controle de tudo! Somos todos humanos! Você aceita isso?
Mas, se depois de muitas cicatrizes você se perguntar se vale a pena retomar os laços com quem um dia tanto lhe magoou, saiba que é você mesmo quem deve decidir isso. Mas se não quiser perdoar – também lhe é seu esse direito -, vire a página para não se acumular de ressentimentos, afinal, perdoar não significa voltar a dar as mãos, e sim amadurecer com as ofensas.
Se hoje você tem a consciência de que um dia feriu e foi ferido, é porque pode fazer as coisas diferentes e ser melhor. Como isso aconteceria se não se permitisse ter cicatrizes? Por isso, hoje, se perdoe pelas coisas que não fez. Se perdoe por não ter, em algum momento, cedido o banco preferencial para alguém, pois você estava, também, muito cansado. Se perdoe por ter deixado alguém sair pela porta sem ter dito o quanto o ama. Se perdoe pela vida passar e você, com tanto medo, ter ficado olhando seus sonhos guardados e empoeirados. Se perdoe por, diversas vezes, ter achado que precisava saber de tudo. Se perdoe por não entender que não pode ter o controle das emoções. Se perdoe por, quase todos os dias, achar que você não faz diferença nesse mundo, porque você faz, mas é preciso acreditar!
Você quer acreditar?
A felicidade sustentável é estar em paz com nossas cicatrizes. Você aceita um rosto menos belo para ter um coração que transborda sabedoria? Não é isso um presente da vida? Por mais que demoremos a aprender, não podemos nos cansar. E mesmo que, ás vezes, fiquemos desesperados pelo tempo que, a cada dia, vai embora, podemos, também, ser gratos pela oportunidade que, todos os dias, temos para fazer novos acertos.