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15 de julho de 2015Quando a performance se torna um estilo de vida
22 de julho de 2015banco de imagem Pixabay |
Todos gostamos de algum tipo de música, mas nem sempre a entendemos, por isso temos dançado de maneira equivocada, isto é, nos punimos por não saber o ritmo de todas as danças, nos punimos por não compreender algumas melodias, nos punimos por ver que não nos encaixamos ao grupo dos que dançam tango porque sabemos apenas o samba. Mas, nenhuma crueldade pode ser mais dilacerante do que a autopiedade, que nada mais é do que dançarmos rápido demais a canção da vida, o que é absolutamente triste, pois estamos perdendo a oportunidade de apreciar o pôr-do-sol, dizer bom dia, olhar nos olhos, colher uma flor, ou, simplesmente, abraçar. Não pode um abraço recompor nossas forças?
É preciso estar atento aos tipos de violências que estão acometendo nossa alma, porque nem todas as violências são com armas, algumas são apenas com cercas, muros, e grades que limitam a nós mesmos, fazendo-nos achar que precisamos dos outros para ser feliz, e, quando não é pior, nos inferiorizamos a ponto de acreditar, insanamente, que a melodia do outro é mais agradável, ou seja, que você, seus sonhos, seus desejos, suas vontades, seus pensamentos, seus sentimentos, não são tão importantes. Poucas coisas machucam tanto com o passar dos anos!
Você precisa aceitar que há pessoas que vão dizer que a música da sua alma não é bonita, ou que sua dança não é tão especial, mas não se pode acreditar nisso, porque há, também, pessoas que desistiram de encontrar suas melodias, que nada mais são do que seus sonhos e a força para realizá-los, porém você não pode se deixar vencer pelo que o outro diz, principalmente porque existem aquelas, até mesmo na platéia da sua existência, esperando seu primeiro tombo, arranhão, e desistência, para que, então, lhe aplauda dizendo que já esperava seu fracasso.
E se você se permitir ouvir esse tipo de gente, vai, com certeza, recorrer à autoflagelação, autopiedade e, conseqüentemente, a autocrueldade, simplesmente porque a sua espontaneidade se perderá por tentar agradar a todos, dançando, assim, as melodias alheias, e isso pode tirar a sua originalidade, isto é, ninguém nasceu para agradar ninguém, nascemos para viver. Você está vivendo ou esperando que sua dança agrade a todos?
Pare de viver como as pessoas esperam, pare de se auto-atormentar, pois isso lhe fará sobreviver sob os termos estabelecidos pela aprovação alheia, e isso é maneira ideal para desafinar a sua melodia interior, ou seja, o de mais bonito que você possui para mostrar nos palcos da vida. Mas, para se proporcionar um belo espetáculo, é preciso, em alguns momentos, aprender a dizer não quero, não sei, não posso, não concordo ou, essencialmente, não me importo. O quanto você está disposto a se amar ao invés de agradar demasiadamente quem, ás vezes, se importa pouco contigo?
Viver e seguir nossos próprios passos é, sem dúvida, a melhor forma de ser original e se encontrar nesse mundo, permitindo com que coisas boas terminem para que melhores cheguem, sem achar que isso é um problema, até mesmo porque a mais bela orquestra é composta por mais de uma canção. Sendo assim, priorize não se lamentar em excesso, não se esconder atrás da sua medrosa canção, não ficar se justificando e, principalmente, troque a necessidade de palmas alheias pela paz e amadurecimento interior. Você está disposto?
Ficar indiferente ao seu próprio potencial é como plantar miséria interior e colher arrependimentos. Por isso, não escolha ser amado por todos para amar, não deixe para alimentar seus sonhos quando eles estiverem passando fome, não deixe para ser feliz esperando sentimento igual das pessoas que julga serem modelos importantes para sua vida. A melhor forma de ser feliz é não esperar, é começar a agradecer por estar vivo e poder, todos os dias, mudar tudo para sempre. Você acredita nisso?
O mais importante, e isso os anos lhe mostrarão, é saber quem você é ou quem espera se tornar, ou seja, devolva-se para si mesmo, sem ter a fixação de que precisa agradar a todo mundo, porque você é, em essência, diferente de todos os outros seres desse planeta. Então, porque não viver a experiência de ser único no palco? Por que se apegar ao que os outros estão falando? Por que consumir demais? Por que se desesperar com as palavras, muitas vezes covardes, das religiões? Por que se esquecer de cantar a própria música? Lembre-se que essa música, quase sempre, se chama liberdade, ou o direito que você dá a si mesmo de ser quem é, se livrando do peso de, um dia, olhar no espelho e saber que está morrendo e não tem mais tempo para cantar a música a qual lhe destinaram.
E você sabe qual é a sua música?