O psicólogo, pesquisador e pai da Psicologia Positiva, Martin Seligman, escreveu o livro Aprenda a Ser Otimista onde demonstra como o otimismo melhora a qualidade de vida, e como qualquer um pode aprender a praticá-lo. Seus estudos de mais de 20 anos de pesquisa demonstram como o otimismo difere da esperança, mas que essa combinação é perfeita para desenvolver a habilidade da resiliência e vencer as adversidades.
Segundo o autor, há muitos benefícios em ser otimista. Mas vamos entender primeiro o que é otimismo? É um processo cognitivo que tem a ver com a forma com que interpreto as coisas que me acontecem. uma pessoa com uma mentalidade otimista vai olhar para uma situação e enxergar algum beneficio, algum aprendizado. O otimista não encara os obstáculos como algo para lhe derrubar., mas para reforçar suas potencialidades. O otimista é persistente, não desiste diante das adversidades. Dessa forma, entendemos o otimismo como um fator protetor da Resiliência.
O otimista sempre enxergará luz no fim do túnel. Sempre pensará, isso tudo não é para sempre, tudo vai passar!
Seja um otimista realista e faça a sua parte
Entretanto, Seligman faz uma menção ao otimista realista, que consegue enxergar com clareza a situação e tomar decisões assertivas para o momento. Nada de fé cega, nada de pintar de cor de rosa situações que necessitam de uma ação estratégica para mudança. E é aí que entra a esperança. Esperança, diferente do que muitas pessoas pensam, não tem nada a ver com esperar por dias melhores. Isso é frase do otimista, como explicado anteriormente.
Gosto muito da proposição do professor e filósofo Mario Sergio Cortella ao defender que uma das coisas mais importantes na vida é justamente a esperança, do verbo esperançar, e não do esperar. “Espero que dê certo, espero que resolva. Isso é espera, não esperança. Esperançar, que é de onde vem a palavra esperança, é ir atrás, não desistir”. Esperança está diretamente relacionada a ação como na proposição, “quais passos preciso dar para que a luz no fim do túnel de fato aconteça? ou postura do tipo “vou superar isso, pois vou fazer minha parte. Vou me cuidar para que as coisas melhorem”.
Esperança conecta intenção, motivação e ação.
Dessa forma, esperança tem haver com ações estratégicas para conquistar um objetivo. A primeira vez que vi a relação de Esperança e Objetivo, fiquei encantada. Você já tinha pensado sob essa perspectiva? Esperança é vista na maioria das vezes como algo tão subjetivo e no fundo é a emoção que nos leva efetivamente a ação. Uma pessoa esperançosa foca no objetivo que deseja realizar, pensa em quais caminhos e ferramentas deve usar para conquistar seu sonho.
Você pode está se perguntando, mas e as pessoas que não são otimistas ou esperançosas, estão predeterminadas a sofrer ou viver assim o resto de suas vidas? De jeito nenhum! Você sabia que é possível desenvolver a esperança e uma mentalidade otimista ao longo da vida, graças à capacidade do cérebro de criar novas conexões neurais. É o que os neurocientistas chamam de neuroplasticidade.. O cérebro pode ser treinado. Dá trabalho, mas é possível mudar os pensamentos, cultivar as emoções positivas e criar novos comportamentos que resultarão em novos resultados.
Mudar não é fácil, mas é possível!
O que mais aprecio nos estudos da Neurociência Afetiva e da Psicologia Positiva são as pesquisas e teses que demonstram o quanto é possível aprender novas habilidades para construir a vida que desejamos. Ou seja, uma vida com mais bem-estar, felicidade e significado.
Nesse período de quarentena e isolamento social, foi possível observar um movimento de pessoas otimistas e esperançosas contribuindo na construção de dias melhores. Pessoas acionando suas reservas de resiliência por meio do otimismo, mas, sobretudo, arregaçando as mangas para agir em prol da sua transformação pessoal, profissional e social.
Conta para mim como você está enfrentando esses dias difíceis? Quais movimentos você tem feito para desenvolver uma mentalidade otimista, atuar com esperança e desenvolver assim sua resiliência?
A vida não traz experiências para nos derrubar, mas para nos fortalecer! Acredite! Como escreveu Mário Quintana:
“Viver é acalentar sonhos e esperanças, fazendo da fé a nossa inspiração maior. É buscar nas pequenas coisas um grande motivo para ser feliz”
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